Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Fases do comportamento alimentar na infância

Embora o tamanho da criança e suas necessidades individuais determinem as quantidades, as refeições diárias devem incluir carboidratos (massas, pães e cereais, de preferência integrais), leite e derivados, ovos, carne, peixe ou aves, azeite, legumes, verduras, frutas e suco de frutas. Uma boa variedade de alimentos é a melhor maneira de assegurar uma refeição adequada para todas as idades. Se bons hábitos alimentares são estabelecidos logo no início da vida da criança é mais provável que ela tenha uma boa alimentação no futuro.

A criança entre um e três anos de idade se torna mais seletiva e independente com relação ao alimento. Esse período é difícil às vezes para os pais, porque o apetite da criança varia.

A criança de 1 a 2 anos demonstra interesse pelo alimento dos adultos, portanto a alimentação da casa já deve ser oferecida. É comum a criança manifestar a vontade de comer sozinha, nesse caso fique com uma colher e ofereça outra a ela. Pegar os alimentos com as mãos é uma forma de conhecê-los, portanto vá desestimulando esse hábito com paciência e gradativamente. Incentive a utilização de copos para água e sucos em lugar da mamadeira. Estimule a mastigação oferecendo alimentos mais sólidos, pois favorece a musculatura da face, a fala e a dentição.

O desejo pelo alimento torna-se irregular e há uma visível queda de consumo de alimentos entre o segundo e terceiro ano. A fase do “não comerei” é uma fase normal do desenvolvimento e é a mais difícil para os pais. Aos 2 anos a criança se distrai com facilidade, e devido à sua percepção intensificada começa a escolher o que vai comer (fase seletiva). É durante este período que os pais tendem a oferecer apenas o alimento que a criança gosta o que acarreta pratos com pouca variedade de alimentos. Nesta fase continue a oferecer a refeição completa e, caso a criança resista, insista em deixar todos os alimentos no prato. Somente é possível educá-la se o alimento estiver presente. Contar uma boa história e relacionar o alimento recusado a um super-herói ou personagem de desenho pode melhorar sua aceitação. Nesta fase eles já comem melhor sozinhos e já é possível passar noções de boas maneiras durante as refeições.

Aos 3 anos as preferências são intensas e podem relacionar-se com sabor, aroma, consistência e cor. O terceiro ano costuma trazer as manias e os caprichos, como por exemplo, a resistência à cor verde, o desejo que os alimentos sejam servidos separados sem que um toque o outro, a recusa que um tipo de alimento seja colocado no prato. Nessa fase os pais devem se manter firmes na insistência e na introdução de novos alimentos. Quando essas manias

passarem, a criança tornar-se-á segura de seus próprios gostos e será capaz de se alimentar adequadamente. A criança dessa idade deve ser estimulada a comer sozinha, fato que contribui para sua independência.

Comer exclusivamente os alimentos favoritos é muito comum aos 4 anos, que chamamos de fase da monotonia alimentar (querem sempre os mesmos alimentos, preparados sempre da mesma forma). Também nessa fase há muita resistência em experimentar alimentos novos. Envolvê-las em preparações culinárias e manter hábitos alimentares saudáveis em casa podem ser o incentivo para uma boa alimentação, uma vez que nessa idade a criança quer ajudar a preparar a refeição, a arrumar a mesa e juntar-se ao grupo familiar durante as refeições. A mudança para um apetite melhor começa a ser notada aos 4 anos e meio, firmando-se aos 5 anos.

As crianças de 5 e 6 anos gostam de comida simples. Deixam-se influenciar mais pelo exemplo dos amigos, da família e por programas de televisão, tendo mais vontade de experimentar alimentos de propaganda. A influência externa tanto pode ajudar como prejudicar a sua alimentação, caso os hábitos do grupo não sejam saudáveis. Aceitam melhor os alimentos novos quando são oferecidos em refeições fora de casa

Em todas as fases procure valorizar os progressos da criança e não ressaltar suas recusas. Mantenha-se firme durante as refeições deixando bem claro que o prato deve ser completo e adequado, mantendo a calma e insistindo sempre. Não vale brigar, pois o momento da refeição deve ser tranquilo e prazeroso.  Se a criança recusar o almoço ou jantar, não os substitua imediatamente, oferecendo-os mais tarde e, caso haja nova recusa varie as substituições evitando as mamadeiras. A sobremesa não deve ser uma compensação, porém deixe claro que ela somente é oferecida após uma refeição e, se não houve refeição, não é possível haver sobremesa. É bom lembrar que o fator mais determinante para a formação de hábitos alimentares saudáveis nas crianças é o exemplo dos pais e um cardápio familiar saudável.

Maria da Conceição Giacomini – Nutricionista

Fonte: A criança que não come (Cristine A. P. Macedo, Karine L.Bello e Liliane A. G. Palha)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *